quinta-feira, 8 de maio de 2008

10º PASSEIO PEDESTRE DOS MONTANHEIROS / SERRA DE STA. BÁRBARA (2007)

Santuário de vegetação endémica

O 10º Passeio Pedestre dos Montanheiros/Serra de Santa Bárbara foi um momento único. Algo que, com certeza, perdurará na memória de todos os presentes.

Numa manhã amena, com uma ligeira brisa soprando de leste, o céu apresentava-se numa tonalidade azul celeste, transmitindo um ar tranquilo, a espaços coberto por flocos de nuvens num branco algodão, deixando transparecer por entre elas a lua, que parecia querer saudar os 57 caminhantes presentes.Desta feita, estavam reunidas as condições necessárias para, após sucessivos adiamentos, finalmente se tentar consumar o tão aguardado passeio à mítica Serra de Santa Bárbara, algo tão ansiosamente aguardado por todos.Depois da partida junto à sede dos Montanheiros, deu-se a já habitual paragem no Pico da Bagacina, para se reagrupar com alguns participantes que lá vão ter, sobretudo os que vêm do concelho da Praia da Vitória, fazendo-se, posteriormente, a caravana à estrada, com direcção ao ponto mais alto da ilha Terceira.Uma vez imobilizadas as viaturas, deu-se então início ao briefing da ordem, onde os guias, Paulo Barcelos e Paulo Mendonça, elucidaram os presentes sobre as características do percurso, cuidados e precauções a ter, nomeadamente sobre o terreno irregular, bastante armadilhado em função dos buracos tapados com o musgo e a urze. Aliás, o capítulo da segurança foi devidamente esclarecido, nas suas mais variadas vertentes, já que os guias classificaram o passeio com o grau de dificuldade de difícil.Feitas as últimas recomendações, os caminhantes colocaram as mochilas onde transportavam o imprescindível farnel, bem como o precioso líquido que dá pelo nome de água. Alguns trocaram o calçado leve citadino pelo mais robusto e apropriado ao tipo de terreno que se iria deparar, e em fila indiana deram então início à marcha, numa primeira fase através de uma vegetação rasteira, onde o musgo fofo parecia uma passadeira estendida aos participantes, a espaços bem húmido.Passados estes primeiros metros, chegou-se então a uma zona onde a vegetação composta por cedro do mato era mais alta, sensivelmente pela cintura, a espaços mesmo pela zona do ombro, de onde, através de pequenas janelas, era possível vislumbrar toda a beleza única dos vales e desfiladeiros que se formam na Caldeira da Serra.

DIFICULDADES

Mais à frente, as primeiras dificuldades do dia, quando se deu então início à descida para a caldeira, onde o terreno, manhoso e irregular, obrigava a uma marcha mais lenta, de cuidados redobrados, mesmo perante todas as precauções e técnicas de descida de ocasião, como a do traseiro e do calcanhar, por exemplo, como alguém, sempre bem-disposto, não se cansava de dizer. Porém, não foi o suficiente para impedir algumas escorregadelas.Concluída a descida, e o grupo reagrupado, caminhou-se então por um vale, de beleza rara, onde o basalto das rochas escarpadas se misturava com musgos de vários tons verdes, brancos e avermelhados. Esta conjugação de cores que rodeava os caminhantes era, de facto, de uma beleza inigualável, que deixava todos estupefactos com tamanha beldade nunca vista. Oportunidade para as objectivas trabalharem a redobrar, porque momentos destes são únicos.Faltavam, sensivelmente, cerca de quatro minutos para o meio-dia quando o grupo se deteve junto à Lagoa Funda, onde foi informado que se faria uma pausa para o almoço, numa zona bem escolhida para o efeito, já que foi, na verdade, gratificante recompor o estômago perante uma beleza inolvidável.Um autêntico santuário de vegetação endémica única, que nos fez sentir a todos uns autênticos privilegiados por estar ali. Todos os adjectivo são poucos para classificar tamanha beleza que nos rodeava e ali sentados junto à Lagoa, visualizando todo o vale, sentíamo-nos tão pequeninos.Seguidamente, o grupo voltou à marcha em direcção à zona do chamado canto da caldeira, atravessando uma zona riquíssima de floresta laurisilva, onde os louros, os azevins e, sobretudo, o cedro mato predominante, no seu mais puro estado selvagem, dominavam.Caminhava-se a passos largos para o final de um passeio único e memorável, que certamente perdurará na memória de todos quantos passaram por esta rica experiência, que só foi possível graças a esta iniciativa dos Montanheiros, que está de facto de parabéns pela mesma, que se espera que se repita por muitos anos.No final do passeio, e quando as antenas estavam ali à mão de semear, a neblina começou a descer sobre a serra, como que a fechar a porta e as janelas a mais este passeio que foi um sucesso a todos os níveis.Para o dia 16 de Setembro há mais. Até lá.


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