quinta-feira, 14 de maio de 2009

3º Passeio Pedestre dos Montanheiros Mina da Serra de Santa Bárbara (2009)

Uma obra impressionante

Construir um túnel espaçoso em plena Serra, num local de difícil acesso e agreste devido às condições climatéricas adversas em pleno século XIX para ir buscar e aproveitar um pequeno fio de água, com os parcos recursos de então, é um exemplo a seguir nos dias de hoje…

As condições climatéricas, tem estado de candeias às avessas com a edição deste ano dos passeios pedestres, e o velho ditado de que não há duas sem três, confirmou-se já que o terceiro passeio ficou marcado uma vez mais pela nebulosidade, um dos grandes contratempos dos passeios, porque torna impeditiva a tiragem de imagens e a visualização das bonitas paisagens desta Ilha. E neste passeio, se o grande objectivo foi a visita à Mina, a excelente paisagem que é permitido ver da encosta da Serra, ficou anulada em virtude da nebulosidade, apesar de a espaços se abrir umas ligeiras janelas, de onde se podia ver de uma forma ténue, a mais alta freguesia da Ilha as Doze Ribeiras e a Serreta. Este passeio levou os pedestrianistas, até à zona das nascentes da Serra, iniciando-se o percurso numa canada com um tapete bem solidificado de bagacina vermelha, ao que se seguiu outra canada agora de piso mais irregular, formado por um misto de basalto e bagacina desta feita preta, que levou os participantes, a um pasto extenso com um elevado grau de inclinação, que causou mossa em alguns participantes, tendo que se fazer uma pausa no seu cimo, para reagrupar e recarregar energias. Daqui para a frente, penetrou-se então na vereda que conduziu o grupo até ao seu objectivo, por entre vegetação endémica quase exclusivamente composta por cedro-do-mato de pequena altura, que diminuía de altura, à medida que a altitude se tornava mais elevada. Neste trilho, era bem visível um tubo plástico (a necessitar de alguns remendos) por onde o precioso líquido escorria.

A Mina

Uma vez chegados ao cimo, sensivelmente perto dos bordos da Serra, através de pequenas janelas, foi possível ver a levada construída para trazer a água, feita em telha por onde ela deslizava fresca e cristalina, um trabalho que impressiona pela sua qualidade, parecendo ter sido concluída à pouco, quando na realidade já lá vão muitos anos. Esta obra foi efectuada para canalizar água para abastecer as freguesias do lado Oeste da Ilha, vindo do poço negro quer fica por detrás da Serra. Depois foi o ponto alto do passeio, com a chegada à Mina grande, a entrada situada a Oeste tem gravado a data de 1871, data que ao que se supõe a obra ficou concluída. Esta entrada, tem cerca de 1,20m de altura por 0,70cm de largura, as paredes laterais a seguir à entrada são cobertas de pedra e o tecto é (travado) por pedras maiores em forma triangular, a altura varia entre o 1,80 e os 2,50m de altura. Na sua quase totalidade, o aqueduto está tal como foi aberto, sendo o tecto (abobado) e paredes em bagacina, numa extensão de 237m a partir de Oeste, os restantes 76,5m são em pedra de cantaria, tal como o início do túnel até ao desabamento. A uma distância de cerca de 165m da entrada de Oeste, existe uma caixa de captação de água, e 5m mais à frente, vê-se um buraco no tecto em forma de funil, com cerca de oito a nove metros de altura, tapado possivelmente por uma grande laje no cimo, por onde certamente se fazia a extracção da bagacina, quando se escavou o aqueduto. Esta Mina, foi aberta na sua quase totalidade em linha recta, apenas aos 268m, contados a partir de Oeste, faz uma pequena curva (em S aberto), o que impossibilita de se ver a luz ao fundo do túnel!

Condições duras

Parte do percurso efectuado nesta caminhada feita por lazer, que colocou dificuldades de locomoção a alguns pedestrianistas, era feita pelos trabalhadores (já que o itinerário efectuado por estes era bem maior). Para se ter uma ideia do enorme esforço e trabalho efectuado numa época, em que as condições em todos os domínios era muto rudimentar, os operários saíam pelas quatro da manhã, carregavam as telhas e lá se faziam encosta da Serra acima. Trabalhavam arduamente na abertura da Mina e quando começava a ficar lusco-fusco, lá encetavam o caminho de volta, desenvolvendo o seu trabalho de Sol-a-Sol. Esta obra impressiona, não só pela forma como foi efectuado, num local difícil e agreste em condições paupérrimas, mas sobretudo porque a mesma foi efectuado para ir buscar a essas nascentes, um pequeno fio de água que não ultrapassa os 5cm de diâmetro. Na área envolvente da Mina, procedeu-se à pausa para o almoço, iniciando-se posteriormente o caminho de regresso, com os ossos meio enregelados devido ao frio que se fazia sentir, e que a pausa para a trinca, ajudou a fazer descer a temperatura do corpo, mas que com o início da marcha voltou a subir.A vereda pela qual os caminhantes desceram a encosta da Serra, em certos locais estava escorregadia, originando, como já é habitual e é da praxe diga-se, algumas quedas, que ajudaram como sempre a descontrair, chegando-se rapidamente ao final, onde uma vez mais e a título excepcional, se deu nova concentração, para serem distribuídas T-shirts a todos os participantes, oferecidas pela DRD (Direcção Regional do Desporto).

terça-feira, 21 de abril de 2009

2º Passeio pedestre dos Montanheiros Pico do Boi (2009)

Traídos pela neblina

Esta caminhada ficou marcada pelas condições climatéricas adversas, sobretudo a devido à nebulosidade impeditiva de se conseguir um bom visionamento e por uma subida íngreme todo-o-terreno no interior de uma mata que obrigou os pedestrianistas a respirar fundo.

O dia amanheceu em tons de azul, sob o brilho intenso do Sol, deixando a promessa de que este segundo p
asseio, depois da nebulosidade que marcou o primeiro, iria não só aquecer o costado dos caminhantes, como também iluminar as belas paisagens por onde a coluna se deslocaria. Mas, contrariando este cenário de primavera, São Pedro não esteve pelos ajustes, e decidiu baptizar os pedestrianistas logo no arranque da caminhada, através de um chuveirinho intenso e bastinho numa primeira fase, e depois mais espaçoso e ligeiro, para posteriormente fechar as torneiras, mas mantendo a neblina que acompanhou a coluna durante todo o passeio, o que levou mesmo o grupo a contornar o objectivo proposto o Pico der Boi, em virtude da reduzida visibilidade que se registava. Este passeio, teve um grau de dificuldade mais elevado em relação ao anterior, se no primeiro o deslocamento foi fácil devido à inexistência praticamente de obstáculos difíceis de ultrapassar, este foi mais todo-o-terreno com maiores dificuldades, principalmente devido a uma subida acentuada por no interior de uma mata íngreme onde a forte inclinação e o terreno enlameado obrigava a esforços e cuidados redobrados. Chegados ao ponto de partida, os mais precavidos vestiram os impermeáveis e ao inverso do que é habitual, o briefing inicial foi dispensado, optando o guia por iniciar a marcha por uma canada sem grandes problemas, onde a maior dificuldade foram os pedregulhos irregulares, até se chegar a um local mais aberto, onde se deu então o briefing da praxe, onde foi abordado o troçado todo-o-terreno bem como os cuidados a ter. Posto isto, penetrou-se então num trilho estreito, na zona do Cabouco Escuro formando-se uma coluna em fila indiana por entre uma vegetação, onde a tradicional rapa era quem mais ordenava, e que molhada pela chuva, encharcava as calças aos participantes até a uma grande clareira de se poderia ver se as condições o permitissem desde a Vila Nova, passando pelo aeroporto das Lajes até à Praia da Vitória, mas devido à neblina tal não foi possível. Todavia, o grupo deteve-se aí por alguns minutos, para reagrupar, antes de iniciar a descida do Biscoito da Burra até ao pasto Aguilhão, encetando-se seguidamente a subida de mais um pasto de inclinação elevada, caminhando-se pelo bordo do respectivo pasto, até a uma das três nascentes que abastecem a base aérea 4, situada ao fundo do canto superior esquerdo do pasto, local aproveitado não só para visualizar a respectiva nascente, como também para efectuar a habitual pausa para o almoço, um dos acontecimentos sempre muito aguardados pelos participantes. Com a barriguinha mais acomodada, encetou-se a caminhada pela Canada do Silveiro, atravessando-se um curto troço de estrada em pedra antes do grupo se deter à entrada de uma mata, de grande quantidade de vegetação invasora especialmente a roca de velha e altas Faias de onde particularmente, uma se destacava pelas suas dimensões. Aí verificou-se nova pausa para reagrupar, e tecer algumas considerações acerca do grau de dificuldade da subida que se iniciaria a partir dali. Posto isto, prosseguiu-se de forma lenta a referida subida, com os pedestrianistas a encetaram uma autêntica prova de trial pela mata acima, Onde os escorreganços e as quedas fizeram a sua aparição, obrigando alguns a optarem em alguns momentos pela tracção às quatro, utilizando os membros superiores e inferiores para evitar males maiores, subida que terminou com a transposição de uma cerca de arame farpado que deu acesso a mais um pasto. Aqui, nova pausa para reagrupar e sobretudo para respirar fundo e recuperar o fôlego, antes de continuar a marcha, eram bem visíveis as consequências da subida com alguns dos participantes a apresentarem sinais bem evidentes no vestuário, principalmente nas calças que quase mudaram de cor. Percorridos alguns metros, nova subida íngreme relativamente longa, por mais um pasto acima até ao Pico Silveiro, que devido à sua extensão e irregularidade do terreno, deixou grande parte dos caminhantes ofegantes. Devido às condições climatéricas, foi decidido prescindir da ida ao Pico do Boi, pelo que o mesmo foi contornado, iniciando-se posteriormente a descida que levou a coluna até à zona dos Alagadiços, seguindo-se a marcha final até às viaturas, num altura em que finalmente o tempo começava a levantar mas, infelizmente já era tarde de mais, mas mesmo assim, o passeio foi um sucesso, e estas peripécias também fazem parte da natureza e também tem a sua graça.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

1º Passeio Pedestre dos Montanheiros Rocha do Chambre 2009

Da erupção histórica até à rocha do Chambre

Do Pico do Fogo, o centro da erupção vulcânica de 21 de Abril de 1761, passando pelo alto da Rocha do Chambre, até à Cova do Narião, onde se forma um lindíssimo lago, aquando das primeiras chuvas.

Um dia carregado de um tom cinzento, ameaçando chuva, com uma brisa que soprava do quadrante sueste, mais arrepiante nas zonas altas, marcou o arranque de mais uma temporada dos passeios pedestres organizados pela associação “Os Montanheiros”.

Mas nem o aspecto carrancudo, mesmo quiçá sinistro do dia, inibiu a presença em massa dos pedestrianistas, que à hora marcada lá estavam junto à sede dos “Montanheiros” na habitual roda-viva das inscrições, seguindo então a caravana até ao Pico da Bagacina, o local escolhido estrategicamente pela sua posição geográfica, para o reagrupamento final, onde muitos dos veteranos já aguardavam.

As enumeras viaturas estacionadas nas bermas, e os mais de cento e cinquenta participantes, davam um colorido diferente ao local neste final de Inverno, fazendo lembrar as tradicionais concentrações na época das touradas nesta zona, ao longo da primavera e do Verão.

De salientar, a elevada participação de caloiros nestas andanças, em numero muito apreciável, o que diz bem da curiosidade e do impacto crescente desta actividade, não esquecendo os fieis veteranos que, ano após ano e passeio após passeio, não deixam de marcar presença nestes eventos.

Depois, a caravana seguiu o seu trajecto até ao local que marcava o início do percurso, onde o eleito para o início das caminhadas foi a Rocha do Chambre, um itinerário com uma extensão entre os oito e nove quilómetros, de fácil deslocamento, onde para além do encanto da dita Rocha, proporciona aos participantes uma paisagem muito rica e diversificada, bem como uma componente histórica relacionada com a erupção de 1761.

A erupção de 1761

Após o briefing de apresentação do percurso, onde foram mencionados todos os cuidados com a segurança e igualmente com o meio ambiente, no sentido de a caminhada ter o menor impacto possível no mesmo, especialmente dirigida aos novatos, iniciou-se então o deslocamento pela zona da Malha Grande, até ao que resta do Pico do Fogo, em função da extracção de bagacina a que foi sujeito durante algum tempo, e do aproveitamento que daí adveio para a prática de desportos motorizados.
O Pico do Fogo é o local onde se deu a segunda erupção de 1761, quatro dias depois da primeira, que aconteceu na zona dos Mi
stérios Negros, entre o Pico Gordo e a Serra de Santa Bárbara.
A segunda erupção, deu então origem ao Pico do Fogo
, Pico Vermelho e Pico das Caldeirinhas, desenvolvendo-se também segundo os relatos da época, em três correntes de lava, a primeira rumo a oriente, com paragem num local designado de Chama, a segunda dirigiu-se para Ocidente, lançando uma propagação para Norte até ao Tamujal, e a terceira a superior, deslocou-se para Norte, dividindo-se posteriormente em duas, uma das quais estagnou no Vimeiro e a outra foi dar ao Juncalinho, chegando mesmo a invadir os Biscoitos e a destruir algumas casas.
Posteriormente, o grupo pôs-se em movimento por um trilho largo ladeado por extensa rapa rasteira, penetrando depois num pasto, que foi dar a uma canada ampla e bem definida, antes de se deter posteriormente numa viragem à esquerda para reagrupar, para iniciar então a longa subida até à criação do Chambre e ao marco geodésico, o ponto mais alto da Rocha do Chambre, que dá pelo nome de Juncal.
Aí claro está, foi uma paragem obrigatória não só para que o extenso grupo pudesse reagrupar, mas também para algumas explicações históricas sobre o local, e sobretudo na tentativa de se conseguir observar todo o riquíssimo património natural, desde as áreas protegidas da Serra de Santa Bárbara, e do Biscoito da Ferraria, passando pela Serra do Labaçal onde está inserido o belo Morro Assombrado, o Biscoito Rachado e os Picos Agudo, Alto, do Tamujo das Pardelas, e a Terra Brava, mas a neblina que teimosamente persistiu, nomeadamente nesta zona mais alta não permitiu que se visse toda esta beleza, se bem que a espaços a mesma permitia algumas abertas que sempre deu para vislumbrar alguma coisa.

Em virtude da fraca visibilidade e da brisa fresca que se fazia sentir nesta zona alta, a paragem foi a mais curta possível e poucos minutos depois, grupo fez-se novamente à vida, pelo pasto passando por uma descida quase a pique, antes de se deter para o merecido almoço, tendo como pano de fundo principalmente, a imponente Rocha do Chambre e o vasto Biscoito da Ferraria, erguendo-se mais à frente, a Serra do Labaçal.
Seguidamente, a coluna encetou de novo a caminhada, ao longo da berma do Chambre, onde através de algumas janelas, era possível ver uma vez mais, o Biscoito da Ferraria e a Rocha, por entre criptomérias altas.

Prosseguindo pelo caminho do Narião, até à cova com o mesmo nome, um local lindíssimo que por altura das primeiras chuvas, forma um pequeno Lago aos pés das árvores.
A recta final do passeio, desenrolou-se no bordo do derrame de 1761, que levou os participantes até às viaturas, por entre um cascalho irregular, que obrigava a alguns cuidados a ter, principalmente com as entorses, o que felizmente correu da melhor forma, pese o grande número de participantes na sua maioria com pouca experiência.

Uma nota final, para os melhoramentos que estão a ser efectuados, levados a cabo pela Câmara Municipal da Praia da Vitória neste percurso no sentido de inclui-lo nos seus roteiros, os mesmos são positivos principalmente para garantir uma maior segurança aos pedestrianistas todavia, a cor da corda, presa com pregos nas árvores, não só tem um impacto fora do contexto do meio ambiente, como também não será uma boa prática corrente a seguir.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

José Maria Botelho guia dos "Montanheiros"

“Todos tem o direito de gozar as paisagens que a natureza nos legou”

Começou desde tenra idade a sua paixão pelos matos, com mais de 40 anos de experiência nos mesmos, o popular Zé Maria, aborda o outro lados dos passeios pedestres com enorme paixão e saber, não deixando de demonstrar de uma forma clara e frontal, a sua oposição à criação de possíveis áreas interditas ao pedestrianismo.

Sendo “Os Montanheiros” uma associação de cariz ambiental, mais vocacionada para a área da espeleologia, o que é que a levou a enveredar pelo pedestrianismo?

Para já gosto mais de andar cá em cima, é muito mais fácil, embora goste muito de grutas, já as vi quase todas nos Açores, pelo menos grande parte delas, já andei muitas dezenas de quilómetros debaixo do chão, mas cá em cima é muito mais agradável, e gosto mais do pedestrianismo do que a espeleologia, embora o Algar do Carvão que é um caso á parte, seja a menina dos olhos bonitos dos “Montanheiros”, nós temos sempre grande estimação no Algar do Carvão e na Gruta do Natal, mas gosto mais do exterior, não só pela variedade das paisagens e pelo endemismo mas também pelo convívio porque a afluência do público é muito maior, enfim muitos factores que nos levam a gostar muito dos passeios.
Quanto à
espeleologia, o que eu gosto mesmo é quando vou pela primeira vez a uma gruta, sem saber o que vou encontrar, ás vezes pensamos que vamos ver umas gruta com 30 ou 40 metros, como aconteceu aqui na gruta dos Balcões, um pequeno buraco que encontrei lá à cerca de 17, 18 anos, no outro dia fomos lá já devidamente equipados, e tinha 1.800 metros a acrescentar à parte que já existia à gruta do Balcões. Quando é assim neste tipo de aventura, quando vamos para uma gruta e não conhecemos, não sabemos o que é que vamos encontrar, aí dá de facto muito mais entusiasmo, do que estar a fazer uma caminhada.

Sendo um homem do mato, com mais de quarenta anos de experiência, é da opinião que devem ser impostas restrições, ou mesmo interdições a determinadas áreas?

Não! eu não sou da opinião que sejam impostas restrições a determinadas áreas, como também não sou da opinião que, seja imposto um número de pessoas a fazer uma caminhada. Porque fazer um caminhada hoje, em qualquer sitio do sertão terceirense, com 150 pessoas, há muita gente que diz que é um exagero, mas se as dividirmos por três vezes, como já nos foi dito para o fazermos portanto, vão 50 hoje, 50 amanhã e 50 depois de amanhã, dá o mesmo número, acontece a mesma coisa.
Ninguém me venha dizer que, 100, 200 ou 300 pessoas andando em ziguezague dentro de um trilho que, dá cabo de uma floresta endémica, o que po
derá dar cabo de uma floresta, é não haver trilhos bem marcados dentro dela, isto sim, aí as pessoas começam a andar á balda cada um para seu lado, isto não acontece se houver trilhos bem delineados, e a prova disso são os trilhos antigos, a Vereda Velha, Vereda do Avião, dos Cavalinhos, das Escadinhas, Veredas que algumas delas talvez já tenham séculos, muito antigas, passaram por lá muitos homens durante anos e anos, e elas estão lá, e toda a gente que lá vai, não vê nada que tenha sido alterado, até pelo contrário, elas estão bem delineadas no terreno, que é aquilo que nós tentamos fazer hoje também, contornar os trilhos de maneira que fiquem bem integrados na paisagem, de forma a não ferir a paisagem vista de mais longe, por isso é que nós fazemos os trilhos em ziguezague, para não ferir a paisagem.
Isto não vem faze
r mal nenhum às florestas, ninguém me venha impingir o contrário, porque eu sou completamente contra isso.

Haverá alguma demagogia, ou algum aproveitamento em relação a esta situação?

Não sei, não sei se faz mal a determinadas pessoas, verem o sucesso que as caminhadas dos “Montanheiros” tem tido ao longo de muitos anos, porque de facto somos os pioneiros aqui nos Açores, ainda ninguém falava em caminhadas e “Os Montanheiros” já as faziam, muita gente não sabe que “Os Montanheiros” nasceram em 1963, precisamente por causa das caminhadas, nos anos 50 um grupo de rapazes já fazia essas caminhadas foi por aí que encontraram o Algar do Carvão, e decidiram fundar “Os Montanheiros”, portanto, somos pioneiros nos Açores, ninguém nos venha dar o exemplo de que por isto ou por aquilo, não somos a favor da preservação do ambiente, numa altura em que toda a gente fala no ambiente e no turismo, que se deve fazer isto ou aquilo, que é melhor assim ou assado, isto é hoje, no tempo das vacas gordas, toda a gente fala nisso, no tempo da velha senhora, há 40, 50 anos atrás, quem é que falava em turismo da natureza, e preservação do ambiente aqui nos Açores? eram e continuam a ser “Os Montanheiros”. Quando “Os Montanheiros” em 1965e 66 abriram o túnel e fizeram o acesso para o Algar do Carvão, não foi para meter toiros lá para dentro, já estávamos a pensar no turismo. Talvez haja dor de cotovelo de alguém.

Ou será que agora existirão alguns grupos interessados nesta questão do ambiente?

Ás vezes tem acontecido que, algumas pessoas aqui nos Açores, pensarem que as florestas são só para eles, não pode ser assim, a natureza legou todas estas paisagens aos açorianos, toda a gente tem o direito de as gozar, e para haver respeito pela natureza, as pessoas tem de conhecer as florestas e verem as belezas que pelo seu endemismo devem ser preservadas, e ao levar as pessoas lá, e elas ao verem com os seus próprios olhos, as belezas que nós temos aqui na ilha, são de facto as primeiras a dizerem que tais belezas devem ser preservadas. Agora não deve ser vedado, isto é o mesmo que ter um museu recheadas das mais belas artes, e ele estar fechado a sete chaves, pouco ou nada serviria a existência do mesmo.
Nós aqui na Ilha Terceira, temos um problema a respeito das áreas que estão protegidas, e nós concordamos que áreas de grande interesse sejam protegidas mas, quem tem poderes para alterar a legislação, tem de compreender que nós aqui nos Açores, estamos rodeados de mar por todos os lados, e se é verdade que nós ao sairmos de casa temos logo lindas paisagens à nossa frente, também é verdade que muitas delas estão vedadas, àqueles que mais se interessam pela preservação da natureza, nós açorianos e neste caso terceirenses, não estamos dispostos a estar a olhar para a linha mais forte de uma paisagem o horizonte, nós temos outras coisas para ver.
Acontece que, com as reservas integrais vedadas se não for permitido efectuar caminhadas aos amantes da natureza, e àqueles que nos visitam, para além da ilha ficar mais pequena, perde também muita da sua beleza.
Como por exemplo, veja-se o caso do Monte Brasil, tenho pena de o ver tão mal aproveitado. Nunca percebi porque razão é vedada a entrada no Monte Brasil à noite, se quisermos mostrar Angra à noite a quem nos visita, não podemos porque os dois principais miradouros (Pico das Cruzinhas e Pico da Memória) estão fechados.
São casos assim, que ninguém entende o porquê e com que razão, em pleno século XXI isto infelizmente ainda acontece.
Termino com uma frase dita por min, muitas vezes, “afortunados terceirenses que tais belezas possuem, tão perto ... e simultaneamente tão longe ... de todos os que amam a natureza”.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Entrega de prémios e encerramento da época desportiva 2008

“Montanheiros” entregam prémios

Terminada a temporada de desporto/lazer, procedeu-se à entrega de prémios aos que mais se destacaram, e relançou-se a nova época, onde irão ser introduzidos novos melhoramentos, no sentido de a tornar mais atractiva e competitiva.

Daniel Costa

Decorreu na noite do
passado dia 1 de Dezembro, na sede da Associação “Os Montanheiros” e englobado no vasto programa comemorativo de mais um aniversário, na circunstância o 45º, o encerramento e entrega de prémios aos que mais se destacaram na temporada desportiva de 2008, no âmbito do desporto/lazer. Esta associação em colaboração com a Culturangra e Câmara Municipal de Angra do Heroísmo (C.M.A.H.), levou a efeito mais um programa desportivo que se iniciou em Maio com o AVENTUR 2008 e finalizou neste mês de Dezembro com os tradicionais e emblemáticos DEGRAUS DO ALGAR DO CARVÃO.
Pelo meio realizou-se a
ORIENTURBE, uma prova de orientação em recinto urbano, seguindo-se a CICLONATURA que decorreu no Monte Brasil, posteriormente veio a ESCALAROCHA que consiste na escalada em rocha natural, e que decorreu na zona da chanoca, RUMOS CAMPESTRES foi a seguinte, mais uma prova de orientação, mas agora realizada na bonita área envolvente da Lagoa do Negro, seguindo-se o TREPA PAREDES, outra prova de escalada, desta feita em parede natural, realizada na Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade. Refira-se que estas modalidades desportivas, tem vindo a ganhar adeptos e praticantes entre nós, e com isso conquistando o seu espaço ao nível do desporto e lazer, conseguindo unir os dois factores num ambiente salutar como é o ar livre. Usando da palavra na sessão de encerramento e entrega de prémios, Paulo Mendonça da direcção dos “Montanheiros”, numa breve introdução, agradeceu às entidades e pessoas que, colaboraram na realização dos eventos que agora chegam ao fim, recordando as diversas provas que se realizaram durante o corrente ano. Salientado que para o ano de 2009, “os “Montanheiros” pretendem continuar com um programa do género deste de desporto/lazer, porventura vamos tentar melhorar o que for possível, e para isso estamos sempre abertos a opiniões dos participantes, porque nós fazemos isso para os participantes”. Continuando diria que, “pretendemos cada vez mais que, as nossas acções se distanciem o máximo possível do desporto tradicional de competição, pretendemos que nas nossas realizações, haja sempre o factor de decisão, em que não conte só o factor físico” frisou. Apostar na divulgação das provas, embora os “Montanheiros” não sejam uma organização de provas desportivas, é outra das intenções da associação. Por fim, Paulo Barcelos presidente da instituição, usou também da palavra, começando por explicar os critérios que levaram à escolha e modelo dos prémios a atribuir, o líder dos “Montanheiros” recordou que esta é uma associação de ambiente “e não é propriamente uma associação de actividades, embora as fizéssemos porque se enquadra numa estratégia que, é a actividade de lazer e recreativa em espaços naturais, e que vem preencher uma lacuna nesta área, uma vez que havendo outras instituições, nenhuma delas preenche este espaço” sintetizou. Referindo por fim que, uma das mudanças que se irá verificar no próximo ano resulta da alteração dos estatutos, onde foram introduzidos dois ou três artigos, naquilo que são os objectivos da Associação, “o que nos permite um diálogo mais próximo com a Direcção Regional do Desporto, através da direcção de serviço denominado desporto para todos” concluiu. Seguindo-se finalmente a entrega de prémios, e um beberete convívio entre os presentes.

AVENTUR 2008 - 22 de Maio

Escalão

Nomes (Designação)

Pontuação / Tempo

Classificação




















Equipas

Pedro Bartolomeu (CPA)

1:31:00

Equipas

João Valadão (CPA)

Equipas

Adriano Toste (CPA)

Equipas

Gil Navalho (TNC)

1:51:00

Equipas

Luísa Calado (TNC)

Equipas

Miguel Tavarela (TNC)

Equipas

Pedro Cardoso (PSRY)

2:30:00

Equipas

Sam Byiers (PSRY)

Equipas

Ryan Morgan (PSRY)

ORIENTURBE 2008 - 21 de Junho

Escalão

Nomes (Designação)

Pontuação / Tempo

Classificação

Equipas

Pedro Cardoso

0:34:30

Equipas

Isabel Rosário

Equipas

Clara Gaspar

Equipas

Dénio Álamo (Papa Terra)

0:45:40

Equipas

Carina Gonçalves (Papa Terra)

Equipas

Mafalda Lourenço (Papa Terra)

Equipas

Henrique Cruz (Papa Terra)

Equipas

Margarida Silva (Amora)

0:55:30

Equipas

Filipe Silva (Amora)

Equipas

Ana Sousa (Amora)

Equipas

Vera Santos (Amora)

Jun. Masculinos

Miguel Medeiros

0:32:47

Jun. Masculinos

Vítor Costa

0:49:47

Sen. Masculinos

Ricardo Baptista

0:36:36

Sen. Masculinos

João Valadão

0:42:31

Sen. Masculinos

Daniel Costa

1:02:50

Femininos

Carla Costa

1:00:40

Femininos

Alexandra Grilo

1:14:30

Femininos

Erica Baron

1:17:40

CICLONATURA 2008 - 27 de Setembro

Escalão

Nomes (Designação)

Pontuação / Tempo

Classificação

Masculinos

Pedro Bartolomeu


Masculinos

Jorge Nunes


Masculinos

Alexandre Leonardes


ESCALAROCHA 2008 - 2 de Novembro

Escalão

Nomes (Designação)

Pontuação / Tempo

Classificação

Equipas

Margarida / Tarzan (Tarzan e Jane)

413

Equipas

Tiago / André (Casa do Benfica - SLB)

382

Equipas

Cris / Barbara (Angry Crabs)

310

RUMOS CAMPESTRES 2008 - 15 de Novembro

Escalão

Nomes (Designação)

Pontuação / Tempo

Classificação

Equipas

Samuel Pires / Mário Corvelo

0:40:30

Equipas

Pedro Cardoso / Clara Gaspar

1:11:40

Masculinos

Daniel Costa

1:18:00

Masculinos

Vítor Costa

1:19:50

Masculinos

Pedro Bartolomeu

1:45:10

Femininos

Carla Costa

1:16:50

TREPA PAREDES 2008 - 29 de Novembro

Escalão

Nomes (Designação)

Pontuação / Tempo

Classificação

Sen. Masculinos

André Correia


Sen. Masculinos

Tiago Mendes


Sen. Masculinos

Alexandre Jacinto


Vet. Masculinos

Jorge Nunes


Femininos

Ana Rita Nogueira


Femininos

Margarida Oliveira


DEGRAUS DO ALGAR DO CARVÃO 2008 - 1 de Dezembro

Escalão

Nomes (Designação)

Pontuação / Tempo

Classificação

Jun. Masculinos

Pedro Cabral

0:01:34

Jun. Masculinos

Fábio Ferreira

0:01:36

Jun. Masculinos

Nasmul Alam

0:01:52

Jun. Masculinos

João Coelho

0:01:52

Sen Masculinos

Samuel Pires

0:01:05

Sen Masculinos

Bruno Machado

0:01:13

Sen Masculinos

Rodrigo Ferreira

0:01:15

Vet. Masculinos

Jorge Nunes

0:01:08

Vet. Masculinos

Osvaldo Terra

0:01:15

Vet. Masculinos

Pedro Bartolomeu

0:01:27

Vet. Masculinos

Jorge Ferreira

0:01:27

Femininos

Daniela Lima

0:02:18

Femininos

Fabiana Silva

0:02:33

Femininos

Márcia Pimentel

0:02:37