quinta-feira, 8 de maio de 2008

1º PASSEIO PEDESTRE DOS MONTANHEIROS (PICO DA LAGOÍNHA/PICO NEGRÃO) (2008)


Lagoa fantástica paisagem deslumbrante

Teve início da melhor forma a nova temporada dos passeios pedestres, com o sol a contribuir decididamente para o sucesso da iniciativa, ao permitir grande visibilidade.

São Pedro foi amigo, generoso até, e, após uma série de dias onde o tempo instável e a precipitação dominaram, decidiu abrir as portas de par em par para assoalhar a ilha e, deste modo, contribuir da melhor forma para o sucesso do primeiro Passeio Pedestre de 2008, organizado pela Sociedade de Exploração Espeleológica os Montanheiros, em colaboração com a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.O dia amanheceu soalheiro, dando um bonito colorido à histórica Baía da cidade açoriana Património Mundial. Junto à sede dos Montanheiros, registava-se a azáfama e o frenesim matinal das inscrições para o primeiro passeio da época. Momento sobremaneira aguardado por muitos, que serviu igualmente para restabelecer contactos interrompidos, isto ao nível dos mais veteranos nestas andanças, e o estabelecer de novas amizades com os “caloiros”.Confirmando o interesse crescente da população local, e não só, por esta iniciativa, basta dizer que o sucesso do ano anterior, onde se bateu o recorde de participantes, ameaça ser superado, e por larga vantagem. Isto a confirmar-se, no futuro, a tendência deste primeiro passeio que ultrapassou a centena de participantes. Mais precisamente foram 111 os amantes da natureza que iniciaram esta primeira caminhada. Fazendo-se à estrada, a caravana deteve-se, como sempre, na zona do Pico da Bagacina para reagrupar, e lá seguiu pela estrada das Doze, rumo à freguesia da Serreta, com destino ao Pico da Lagoínha.Uma vez estacionadas as viaturas, procedeu-se ao briefing da praxe, que, para além de dar as boas-vindas a todos neste início de caminhadas, serviu também para elucidar os novatos sobre o contexto dos percursos e, finalmente, tecer algumas considerações sobre o itinerário que se iria fazer em particular.Finda a breve palestra dos guias, aconchegou-se as mochilas, ajeitou-se os bonés e iniciou-se, então, a esperada marcha rumo ao Pico da Lagoínha, um percurso feito todo a subir rumo ao objectivo traçado.BELEZAA Lagoínha situa-se a uma altitude de cerca dos 786 metros, é parte integrante do maciço da Serra de Santa Bárbara, posicionando-se no lado norte da referida serra.Esta lagoa fica numa zona de chuvas abundantes, mas sazonais, com maior incidência no Inverno, e é das poucas que consegue manter, mais ou menos, o nível de água ao longo de todo o ano.É uma lagoa de reduzidas dimensões, ladeada por grande quantidade de turfeiras, mas de uma generosidade e beleza ímpares, o que faz a delícia de todos quantos (e felizmente são cada vez mais) respeitam e admiram a natureza no seu estado mais puro.Esta lagoa é uma espécie de cereja no topo do bolo, mas toda a envolvência onde está inserida é magnífica e única, já que, uns metros mais acima, e tirando partido de um miradouro, é possível desfrutar de uma vista esplendorosa.Aliás, reunindo as condições climatéricas ideais, tais como as verificadas no passeio em questão, onde a visibilidade era grande, é possível visualizar, emergidas no meio da imensidão do azul do Atlântico, as ilhas da Graciosa, São Jorge e Pico, numa paisagem riquíssima, o que fez as delícias dos menos familiarizados com estes torrões de lava plantados no meio do vasto oceano, que não se cansaram de elogiar tamanha beleza, devidamente documentada pelas objectivas das suas câmaras. Claro está, para mais tarde recordar e, com certeza, dar a conhecer aos familiares, amigos e conhecidos aquilo que de melhor temos para oferecer.Este contraste entre o azul do mar e o verde da terra é, de facto, maravilhoso e traduz uma sensação de tranquilidade, paz e liberdade única. Indiscutivelmente, uma imagem de marca dos Açores. Na primeira fase do percurso, o mesmo desenrolou-se por entre trilhos mais fechados e canadas mais espaçosas, ladeados, a espaços, por uma maior concentração de faias, passando-se por zonas mistas de floresta exótica e laurissilva, em que, por vezes, o cedro-do-mato também predominava.A subida final deu-se por um trilho onde escorria um fio de água, o que obrigava a cuidados redobrados, uma vez que o piso se tornava mais escorregadio e, consequentemente, propício a algumas quedas.No caminho de regresso, o destaque vai para o Pico Negrão e, sobretudo, para a Ribeira do Além, a mais profunda da ilha Terceira, o que despertou a curiosidade e o encanto de todos. O primeiro passeio já é saudade. Como tal, venha o segundo.

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