quinta-feira, 8 de maio de 2008

13º PASSEIO PEDESTRE DOS MONTANHEIROS – MISTÉRIOS NEGROS (2007)


Passadeira de Tufeira estendida aos pés do Cedro-do-Mato

Do contraste da vegetação endémica, sobre a Tufeira consistente, aos Domas formados pela primeira erupção histórica dos Açores, ocorrida em 1761.

As condições climatéricas espectaculares, extremamente favoráveis ás actividades ao ar livre quiseram associar-se a este último passeio do corrente ano, contribuindo decisivamente para o sucesso (mais um) deste passeio que como não poderia deixar de ser, ficou marcado por toda a beleza que envolveu o seu traçado, aliás, uma marca de qualidade, a que os Montanheiros já habituaram todos aqueles que gostam de desfrutar deste ambiente e que a natureza nos tem brindado. Todos aqueles que tiveram o grato privilégio de ter participado neste evento, tiveram a possibilidade de serem os primeiros a desfrutar deste itinerário uma vez que o mesmo era inédito. O dia amanheceu num tom totalmente azul, de fazer inveja a muitos dias de Verão, com o astro Sol a iluminar e a encher ainda mais de brilho, as belezas do interior terceirenses, e consequentemente aquecendo os caminhantes e proporcionando uma contagiante boa disposição, a par de condições óptimas para os amantes da fotografia. O movimento e a azafama, registada no Pico da Bagacina, desde logo apontava para um elevado numero de participantes, o que deixava antever que se poderia estar à beira de um recorde de presenças. Uma vez chegados ao ponto de partida do passeio junto à gruta do Natal, e à lagoa do Negro, veio de facto a confirmar-se que o numero de caminhantes era o mais elevado de sempre, cifrando-se nos 180. Como é de praxe, no briefing de apresentação do percurso e com todo o grupo reunido pela primeira vez, constatou-se de facto o elevado numero de caminheiros que com a diversidade de cores das suas vestimentas, davam um colorido diferente, no meio do verde predominante. O guia Paulo Mendonça informou o grupo que apesar do passeio ser mais curto do que o habitual, o mesmo poderia ser dificultoso situado num grau de dificuldade 17, numa escala de 1 a 20, chamando particular atenção, para uma zona de rocha rugosa e pouco consistente. Com o pessoal devidamente elucidado sobre o que iria encontrar, o grupo pôs-se finalmente em marcha, primeiro por uma canada de Bagacina, que levou os transeuntes a um pasto, antes de se penetrar numa zona de vegetação, onde o Cedro-do-Mato impressionava pela sua imponência e espessura, numa área admirável, uma das mais ricas da Ilha e espectaculares no que ao Cedro-do-Mato diz respeito. No chão e em toda a extensão do percurso, estendia-se aos nossos pés, uma autentica passadeira de Tufeira riquíssima, que se estendia aos galhos dos Cedros, cobertos também de musgos e pequenos fetos, que transmitiu uma tranquilidade e sentido de liberdade único. Posteriormente, chegou-se ao Doma um local formado por rochas rugosas e pouco consistentes, que resultaram da primeira erupção histórica dos Açores, ocorrida a 16 de Abril 1761, e que durou cerca de uma semana, formando toda aquela zona rochosa, em que todo o cuidado foi pouco para a ultrapassar, obrigando a coluna a uma efectuar uma marcha lenta, no sentido de transpor os obstáculos sem danos, o que felizmente aconteceu. Transposto as rochas, uma nova porta se abriu dando entrada a uma zona de vegetação endémica rica em Cedro-do-Mato, com alguns azevinhos à mistura, como muita Tufeira á mistura, o que dava uma sensação única á medida que se avançava, e que levou os participantes a uma área idêntica a um desfiladeiro, passando por entre dois Domas, que se formaram lentamente. Caminhava-se a passos largos para o final do último passeio do ano, quando se entrou num local aberto, ladeada por muitos fetos já secos situação própria para a altura do ano, de onde era possível contemplar o Pico Gaspar, também conhecido pelo Pico das Cracas, sobretudo pelos pescadores de São Mateus, em virtude de ser um ponto de referência visto do mar, antes de se entrar numa zona de altas Criptomérias, que foi dar a um pasto aberto à beira do caminho, por onde todos os viandantes se deslocaram até às viaturas, terminando assim o décimo passeio pedestre e último da temporada, que desde já vai deixando saudades, mas fica a esperança que a iniciativa se repita para o ano, já que tem sido uma forma de dar a conhecer aos amantes da natureza o interior da nossa Ilha, que de facto tem coisas maravilhosas e como tal, esta iniciativa foi um sucesso a todos os níveis.

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