quinta-feira, 8 de maio de 2008

7º PASSEIO PEDESTRE DOS MONTANHEIROS – CALDEIRA DAS LAJES (2007)


Ás voltas com a meteorologia

Mesmo condicionado pelas condições atmosféricas adversas, o 7º Passeio Pedestre dos Montanheiros – Caldeira das Lajes não defraudou as expectativas.

A aurora há muito tempo que ficara para trás e, por volta das nove da matina, sob o olhar do sol meio envergonhado que espreitava timidamente por entre flocos de nuvens intermitentes, os caminhantes chegavam a conta-gotas, começando a agrupar-se junto à sede dos Montanheiros, sita à rua da Rocha.Eram os primeiros momentos que antecediam mais uma partida, encarada com naturalidade pelos mais veteranos, e com algum frenesim... próprio dos estreantes, que aguardavam com inquietude e ansiedade o momento da partida.Em cima da mesa, o trajecto planeado tinha como destino a Serra de Santa Bárbara, mas aos poucos começou a ser evidente que essa hipótese ficaria para trás, em virtude das condições climatéricas adversas. Todavia, no primeiro briefing do dia, ficou decidido a caravana deslocar-se até ao Pico da Bagacina, para se tomar uma decisão final.

PICO AGUDO E PICO ALTO

Uma vez a caravana chegada ao Pico da Bagacina, constatou-se que, de facto, a possibilidade Serra era uma carta fora do baralho. Assim, no segundo briefing do dia, foi decidido e anunciado que, em alternativa, se avançaria para o Pico Agulha e o Pico Alto, em virtude de se preverem melhores condições meteorológicas naquela zona.Uma vez mais, a caravana fez-se à estrada rumo às proximidades do objectivo proposto. Uma vez as viaturas estacionadas, procedeu-se, então, aos preparativos para finalmente se fazer a subida ao Pico Agulha.Foi, então, a vez de carregar as mochilas e de alguns mudarem para pneumáticos mais consentâneos com o tipo de terreno que se iria deparar pela frente. Após mais um curto briefing sobre o objectivo, tipo de terreno e respectivas dificuldades que se iriam deparar, deu-se a partida, sem que antes não houvesse um último olhar sobre o equipamento.Em fila indiana, as cores das vestimentas e das mochilas movimentavam-se de forma esguia por entre o verde dominante do terreno, numa primeira e curta fase de vegetação rasteira, para, posteriormente, dar lugar a uma floresta endémica mais fechada onde o cedro do mato predominava.Por entre os pequenos tufos de erva, escondia-se, a espaços, algumas partes lamacentas, desejosas de pregar a sua partida a alguém mais desprevenido ou descuidado, em consequência da chuva que havia caído.Mas, estas pequenas contrariedades e, quiçá, dificuldades foram encaradas com grande descontracção e espírito de humor, bem patentes nas gargalhadas soltas que ecoavam por entre a vegetação.

MEIA VOLTA VOLVER

Em plena subida, o encanto da vegetação prendia a atenção dos caminhantes que, por diversas vezes, paravam para fazer soltar os flashes das objectivas, porque a natureza assim o exigia.Chegados a uma pequena clareira, numa limitada zona plana e pantanosa, conhecida por Terra Brava, a neblina ameaçava tornar-se densa, acompanhada dos primeiros orvalhos. O grupo parou e foi, então, decidido, e posteriormente comunicados pelos guias, que não estavam reunidas as condições mínimas exigidas para continuar, iniciando-se depois a inversão de marcha, em direcção ao ponto de partida.Uma vez chegados junto das viaturas, novo briefing onde o grupo foi informado que, devido às alterações climatéricas que se vinham deteriorando, a única solução para dar continuidade ao passeio encaminhava a caravana para a caldeira das Lajes, o único local onde a meteorologia era algo benevolente.Assim, foram todos para dentro das viaturas, meia volta volver e o grupo partiu em direcção ao objectivo de recurso.Às 12h25, sensivelmente, o grupo foi informado que se faria uma pausa para o almoço. Rapidamente os participantes se acomodaram, ora em cima de alguns pedregulhos, ora na relva, tendo a Caldeira como pano de fundo, bem como o mar e o aeroporto das Lajes. Uma vez acomodados, o barulho dos fechos fez-se sentir, de onde saíram as sandoxas, os iogurtes, a fruta, etc., para se dar o início à trituração, porque com a barriguinha não se brinca e, como diz o velho ditado popular, “saco vazio não se aguenta de pé”. A pausa foi aproveitada para o guia fazer um pequeno resumo histórico do local, nomeadamente, informando que o mesmo foi ocupado pelos espanhóis, existindo ainda uma casa em ruínas, que é conhecida como a casa do espanhol.Acresce referir que o local foi, há muitos anos atrás, uma importante zona de exportação de seda da melhor qualidade que havia na Europa, fazendo-se a sua exportação para a cidade de Granada. O vinho foi também outro produto que na altura de lá saiu, vendo-se ainda as respectivas curraletas.Com o estômago aconchegado, e mais enriquecidos com a pequena lição de história sobre mais um capítulo da terra dos bravos, deu-se, por fim, início à descida, seguindo o grupo pelo calhau, virando depois à esquerda, passando por entre curraletas de vinha, vindo a fazer uma pausa na zona do miradouro.Por fim, encetou-se a caminhada final até à casa do espanhol, terminando, deste modo, o 7º percurso pedestre que, pese todas as contrariedades, devido ao estado do tempo, foi mais um sucesso. O 8º passeio tem já encontro marcado com o calendário para o dia 17 do corrente mês de Junho.

Sem comentários: